sábado, 26 de abril de 2014

La Grande Bellezza

 

 Acabo de emergir do filme "La Grande Bellezza" que jogou-me nas profundezas obscuras do vazio dos dias, nas sublimes epifanias de quem vagueia por elas e busca pela superfície.
Existem riquezas nesse filme, riquezas inesperadas e de valores há muito esquecidos. Me senti velho, com 65 anos, com pressa por recuperar o que perdi.
Vi-me ao redor de meus velhos amigos, vi-me multiplicado a olhar as belezas dançantes e sentir-me como quem aguarda um convite. Vi-me ser convidado, vi-me aos braços de minha amada mais uma vez.
Vi-me, e vivi-me.
JL

domingo, 20 de abril de 2014

O botão de "play"


Encontrar um pensador, ou uma ideologia que te faça sentir que ali se encerra tudo que você crê, tudo que você é e significa, é provar que alguém já viveu por você, que você é uma réplica, um eco repetitivo, um conjunto de anos já conhecidos.
E me pergunto, como isso pode parecer bom ou parecer cômodo: vestir o rosto de um outro alguém?
E essas mesmas pessoas, são aquelas que entram em lojas procurando um visual diferente, procurando suas personalidades nas gôndolas e nas escolhas banais do dia-a-dia. Elas referem-se a isso como parte de suas "personalidades".
Você possui personalidade ou um botão de "play" no lugar do coração, que ao ser tocado repete o discurso de um outro alguém?
JL